domingo, 20 de dezembro de 2009

As piores escolhas...



Possível conversa entre um pequeno garoto, e a inspiração:

- Você veio?
- Estou aqui, certo?
- Sim. Não podia ter chegado antes?
- Chego nas piores horas.
- Pensei que fosse nas melhores.
- Pra você, nas piores.
- Por que?
- Você é diferente, especial, se assim posso dizer.
- Diferente? Especial?

Breve silêncio.

- Trouxe duas coisas pra você, garoto.
- O que?
- Precisa escolher.
- Sou bom em escolhas.
- Eu não diria isso.
- Vamos! O que tem aí?
- Eu tenho a luz. E a escuridão. A escolha é sua.

O garoto pensa.

- Dê-me a escuridão.
- Tem certeza?
- Absoluta.

E o garoto voltou pra casa, sentindo-se pesado.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Aquela sensação...

de entusiasmo. Tempos e tempos que não me deparo com ela à minha frente. Ando esquecendo das emoções, das reações, das sensações. É, lembra da surpresa? Da alegria? Da felicidade?

Não.

Ando sentindo a ansiedade pular e se arrastar pela minha garganta. Sinto doses disso por dia.

Bem estranho.

À tempos não pego o microfone, danço sozinha no quarto com o corpo na frente do espelho e sinto o fone escorregar por orelha à baixo, espatifando-se no chão, enquanto canto o refrão já decorado. O que dá vontade de pular.
É a vergonha. De mim mesma, talvez.
A vergonha, que me bate na cara, e me manda parar. E eu paro.

Uma vez, senti-me tão confortável, e tão animada por uma pequena coisa. Tão pequena, que me perguntei por que me sentia daquele jeito.
Era a alegria. Ataques dela.
Não tenho, não sinto, não sei mais como é.

A ansiedade me pega de surpresa, com mais frequência que o resto das emoções, que eu enfiei numa caixa, e joguei em baixo do travesseiro.
Não sei qual é o meu problema. Não sei qual é o problema dos outros.

Ajuda? S.O.S?

Posso aparentar, posso dizer, mas tudo isso é diferente de sentir.

e que fique claro: nunca vi alguém verdadeiramente feliz.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

E isso

é bom?
Essa sensação de que tudo pode dar certo quando está exageradamente errado?

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Nada consegue explicar,

o que eu senti.
Não foi nada, parece que não foi nada, porque foi tudo.
O que algumas palavras não fazem? O que algumas risadas não fazem? O que algumas desculpas não fazem? O que algumas verdades não fazem?
Não fazem nada, parece que não fazem nada, porque fazem tudo.
Eu queria ter extendido o tempo pra sempre.
O que o tempo não faz?
Não faz nada, parece que não faz nada, porque faz tudo.
Não disse nada especial, e nem queria. Minha boca simplesmente não passava as informações que minha cabeça mandava.
O que um suspiro faz?
Não faz nada. Absolutamente nada.
O que um abraço faz?
Não faz nada. Absolutamente nada.
O que uma verdade, uma desculpa, algumas palavras, algumas risadas, um tempo, um suspiro e quatro abraços fazem?
Fazem tudo. Absolutamente tudo.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Trechos

de um livro lido (e apreciado!) em dois dias:

"- É melhor eu ir andando.
Falei rápido, antes que tivesse tempo para refletir sobre a pergunta que faria.
- Você vai voltar? Quer dizer, você quer voltar?
Ele olhou diretamente para o espelho e, mais uma vez, parecia que estava olhando bem nos meus olhos.
- Quero. Quero sim."


[Penelope, 103.]

"...Quem sabe um pouco de jazz? Ou alguma coisa clássica, até mesmo romântica? Tchaikovsky, Rachmanioff...
Os dedos dele se abateram por sobre as teclas, e ele começou a martelar "O Bife".
Dei risada de alegria.

- Genial - exclamei."


[Penelope, 111.]

"- Você gosta dela, não gosta? - perguntou Lemon.
Johnny continuou a tocar. Ele não respondeu à pergunta de Lemon, mas nem precisava. Estava tudo na música.
Lemon interpretou o que ouvia.
- Você a ama."


[Penelope, 194]

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Senti

uma indireta. Daquelas que dão uma pontada no estômago, e reviram a cabeça.
Ás vezes algumas dessas são... boas.
Pra te colocar de pés no chão, e te fazer querer cometer assassinato. (que, aliás, em inglês, é uma das palavras mais bonitas de todo o dicionário.)
Até há uma frase da qual gosto, em um filme dos 60'.

Não posso fazer nada, agora que algumas mentiras foram parar na ponta das armas, e as verdades correram pra culatra.
Na verdade, eu posso. Mas não me dou ao luxo.

O problema é meu, sim. Mas, não foram os meus dedos que tocaram nesse assunto durante a semana... Posso ter cutucado, mas não passei disso.

Achei que se tudo corresse de mim, voltaria pra merda. É, achei.
Estou me sentindo bem, ainda. A ficha não deve ter caído...

Me despeço agora, que as palavras fugiram de mim, também.

PS: E aliás, aquela arma, é minha. Atiro a hora que bem entender.

domingo, 15 de novembro de 2009

Estou nadando

nas nuvens! Maldição! Por que são tão brilhantes e aconchegantes?

- Não gostaria de ir?
- Não, prefiro ficar.
- Tem certeza?


Deve acabar rápido, eu sei. De qualquer maneira, prefiro ficar por segundos no paraíso do que afundar-me no fogo do inferno.