Depois de ficar até as quatro da tarde dormindo e conversando com a enfermeira, acho que me sinto melhor.
Ataque de enxaqueca não é a melhor coisa do mundo. Nem a pior. Mas foi ridículo.
Fazia muito tempo que não passava mal daquele jeito.
Enfim.
Lembro-me muito bem de tentar escrever alguma coisa sobre hospitais. Ah, sim. Consigo rever o primeiro parágrafo que escrevi, foi algo como "Acordei ciente de que aquilo não era minha casa. Era tudo muito branco para ser a casa de alguém."
E confirmei. A própria enfermeira perguntou se eu gostaria que ela desligasse a luz; enquanto eu me decidia com gemidos entre um "sim" e um "não", ela desligava a luz logo atrás do balcão. Mais uma coisa estranha daquele quarto. Um balcão com pequenas colunas romanas (ou gregas).
Antes, enquanto ela tentava me furar com uma agulha, aquelas colunas já me irritavam de algum modo.
- Não vou dizer que não vai doer. Que vai doer até vai. Mas é só um pouquinho, tá?
Tá bom, me fura logo!
Dormi naquela maca logo após perguntar do que elas eram feitas, e por quê eram tão duras. Dormi com o braço estendido, com medo de me enrolar no fio que me mantia... "viva".
- Ela é branca assim, ou tá passando mal?
Os dois, moço.
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